quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Produtos das alianças aéreas não convencem os compradores de viagens

Os compradores de viagens corporativas ainda não se convenceram sobre a vantagem dos acordos comerciais envolvendo produtos das alianças aéreas globais. Em painel de discussão ocorrido na conferência da NBTA Europe em Lisboa, a maioria dos participantes disse que tinha, igualmente, prós e contras em trabalhar com as alianças, e que os benefícios oferecidos eram mais adequados aos viajantes do que às empresas. Em uma sessão denominada “Consolidação Aérea – uma ameaça ou uma oportunidade”, uma travel manager da companhia farmacêutica AstraZeneca disse que “criar um acordo aéreo nos dias de hoje é mais desafiador do que nunca, pois está baseado em uma muito pequena lógica”.

Mia Anderson disse: “Precisamos ver para que estamos viajando e quando estamos viajando. Se entendermos isto, poderemos ter uma melhor discussão com as alianças”. Anderson disse que as empresas estão deixando de economizar onde a consolidação provocou o decréscimo do número de compnhias aéreas e de freqüências em rotas específicas. Ela disse que o preço médio do bilhete em uma rota doméstica nos EUA triplicou de valor de um dia para o outro, após a fusão de suas companhias aéreas, obrigando sua empresa a estudar a mudança de alguns negócios para outras rotas, para poder obter melhores resultados financeiros.

Sally DeFina, especialista em tarifas aéreas da American Express Business Travel (Amex BT), concorda com o fato de que há vantagens e desvantagens em ter um acordo com alianças. Ela disse que os clientes corporativos de sua TMC têm pontos de vista mistos: “Alguns estão fechando negócios com joint ventures e alianças aéreas e outros estão fugindo deles. A maior desvantagem ocorre quando as alianças removem capacidade em rotas, oferecendo menos opções aos viajantes”. DeFina disse que há vantagens administrativas, como um único ponto de contato para toda a aliança e que é possível às empresas conseguir melhores níveis de descontos e benefícios dos grandes networks oferecidos pelas alianças.

Entretanto, disse DeFina, a coordenação de acordos corporativos frequentemente não são tão bons quando propagados. E disse ser possível que as tarifas aéreas sejam puxadas para cima e os descontos para baixo, em mercados monopolizados. DeFina disse que sua TMC tem um cliente global que gasta mais de US$ 200 milhões em passagens e tem presença em mais de 120 países. Essa empresa tem um acordo com a Star Alliance, envolvendo 16 de seus membros e acesso a 37 países, além de um acordo com o SkyTeam, envolvendo 12 companhias aéreas. No caso desse cliente em particular, o objetivo era ter um acordo consolidado com a maior abrangência global possível.

Entretanto, a profissional da Amex BT também mencionou outro cliente, com gasto anual similar e presença global. Esse cliente tem contratos individuais com 12 companhias aéreas da Star Alliance e 9 do SkyTeam, porque acredita que a concorrência entre elas – o que não acontece em um contrato coletivo - vai sempre garantir a melhor tarifa. “Em geral, acho que os contratos com alianças têm mais prós para os viajantes que para os buyers”, mencionando que os pontos frequent flyer são uns dos maiores atrativos para os business travellers.


Fonte: Business Travel Magazine

Nenhum comentário:

Postar um comentário